Tempo que não aparecia por aqui. Praia, mudança e preguiça mesmo. Natal, ano-novo, Carnaval, Obama, Tsunami monstro no Japão, doidaço atropelador de ciclistas, Bruna Surfistinha e Pinpoo deram as caras, o peludo demorou a dar, mas apareceu, gracias. Estes últimos lamentáveis. Entre mortos e feridos, seguimos bem, obrigada.
Ho-ho-ho, fato é que 2011 chegou, lançando o Estudio Onzi no mercado, pra animar a festa. Coisa de dar orgulho mesmo (parabéns ao meu maridón, aliás, Onzi também...). O ano onze do segundo milênio também me traz um novo grau de instrução: ensino superior completo. Baita batalha, ao menos pra pagar. De resto tirei de letra mesmo escorregando no TCC maledetto. Águas passadas passarão, eu passarinho e na semana que vem o canudo é meu.
Quando digo tirei de letra, é ao pé. Meu curso uma barbada por sí, e o fato de eu ser a segunda turma de Publicidade, primeira da noite, ajudou, afinal fomos cobaias do currículo e da sistemática interna referente ao novo curso. Tudo dentro de uma instituição de renome, mas desorganizada, sem criatividade alguma e com uma visão um tanto peculiar no diálogo com suas partes, o que resulta entre várias situações não manter em seus quadros os melhores mestres em prol de duns de currículo e embalagem, mas sem estrutura pedagógica.
Aproveitei a graduação, aprendi muito, conheci caminhos importantes que por tempos irão me ajudar em muita coisa. Se quisesse poderia ter sido mais estática, pois vi muito colega planta se formar antes de mim. Não me arrependo em nada, de nada. Mais interessante que a academia em si, foi a pesquisa antropológica, a convivência com seres e criaturas diversas. Nossa.
Barbada também, por que a pedagogia escolar mudou bastante desde que entrei na primeira série -já lendo- aos 5 anos. Hoje se fala em construtivismo, que na teoria é poesia e ao qual escutei horrores da prática, com crianças sem limites e relatos assustadores. Pode funcionar, sou quase leiga no assunto, sem embasamentos, mas minha cultura popular me faz torcer o nariz ao tema.
A tecnologia ajuda também um certo atrofiamento. Que conste, sou on-line, digital, mas falta um tchãn analógico na vida, no corpo, no cérebro. Tive colegas que passaram o curso todo sem conhecer a biblioteca. Oi? Até os anos 90 crianças, íamos a bibliotecas, eu a da Puc, minha favorita, pesquisar para trabalhos, tomar um lanchinho e ver uns meninos mais velhos, claro. E tinha que ler. Horas e horas de letras resumidas a um ctrl + c, ctrl + v, sem lanche e sem uma paquera de lambuja. Uau!
Num clima no meu tempo era assim, que nem é tanto, questão de década, a criatura que levou na flauta o ano tinha uma chance de em dezembro fazer recuperação. Tinha limite para pegar recuperação, senão rodava direto. Lembro de colegas em novembro apavorados ‘bah, peguei 3’, ficava horrorizada. Passei pela experiência uma vez. Em espanhol, por falta (que ironia!). Tinha isso ainda, uma margem antes de rodar direto por falta, que tu ias para a tal prova de recuperação. Estas provas aconteciam depois de uma série de ‘aulas de recuperação’ que era para ver se o vivente se atinava a aprender a fórmula de bhaskara. O loser ainda tinha o presentão de que se rodasse em uma ou duas matérias poderia passar de ano e fazer dependência nas tais matérias, tipo cursava a 8ª mas fazia a geografia da 7ª. Pobre loser se dava mal, pois a tal dependência só rolava em colégio particular. A rich Loser.
Mas, melzinho esmo é agora, que afora mordomias digitais (existe uma matérias em algumas escolas que ensinam a ‘pesquisar’ pois o plágio tomou conta), a molecada do colégio particular tem recuperação todo final de trimestre, e no final de ano a possibilidade de realizarem até 3 provas de recuperação da mesma matéria). Em alguns casos, se ainda nada disso ajudar, a criatura pode ir a ‘conselho’ para ser avaliado. Soube de um colégio que para passar o pobre, informou aos pais que por ser um caso difícil, custaria mais a mensalidade. Pagamento feito, passado de ano. Tóin!
Por fim, como não ser barbada tendo tido eu e centenas de outros uma professora que falava o português errado. Coisa horrível de se ouvir. Horrível de se ver. E tá lá, cada vez mais disciplinas, cada vez mais alunos. O despreparo é geral reflete profundamente na formação da pessoa. O artigo que li hoje na Zero Hora, mostra bem isso. ‘Pro-atividade para que?’ foi a mensagem que ficou gravada naquela menina e em seus colegas.
Horrível de se ver mesmo é a educação em si, melhor, o que virou a educação por aqui. Um viva a educação do país! Pode parecer teoria da conspiração, mas penso que há interesses em deixar uma vastidão com deficiência de educação. Só pode ser isso, dinheiro não é vide a quantidade de grana desviada que ficamos sabendo (imagina as que nem sonhamos).
No nation builders
Na radiola: Inútil, do Ultraje, que começa assim:
A gente não sabemos Escolher presidente
A gente não sabemos Tomar conta da gente
A gente não sabemos Nem escovar os dente
Tem gringo pensando Que nóis é indigente...
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